João 7:37-38 - Festa dos Tabernáculos - Venha a mim e beba!
No último dia, o grande dia da festa, Jesus se levantou e disse em voz alta:
— Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
Isso ele disse a respeito do Espírito que os que nele cressem haviam de receber; pois o Espírito até aquele momento não tinha sido dado, porque Jesus ainda não havia sido glorificado.
(João 7:37-39)
Celebrada na seqüência da Festa das Trombetas e do Dia da Expiação - uma observância solene - a Festa dos Tabernáculos era uma época festiva para o povo. A área do templo era iluminada por candelabros para lembrar a coluna de fogo que havia guiado o povo no deserto e, todos os dias, os sacerdotes tiravam água do tanque de Siloé e a derramavam de um cântaro, lembrando o povo da provisão miraculosa de água da rocha.
O sétimo dia encerrava a festa. Era o dia em que os sacerdotes marchavam sete vezes ao redor do altar entoando o Salmo 118:25:
Oh! Salva-nos, SENHOR, nós te pedimos;
Enquanto entoavam o salmo, pela última vez, derramavam a água tirada do tanque de Siloé. É provável que, quando estava sendo derramada a água que simbolizava aquela que Moisés havia tirado da rocha, Jesus levantou-se e, em alta voz, fez seu convite aos pecadores sedentos:
- Se alguém tem sede, venha a mim e beba!
Jesus referia-se à experiência de Israel relatada em Êxodo 17:1-7. Aquela água não passava de uma imagem do Espírito de Deus. Todos os que cressem não apenas beberiam da água viva, mas também se tornariam canais dessa água para o mundo sedento! O "poço artesiano" prometido em João 4:14 tornou-se um rio caudaloso! Apesar de não haver qualquer Escritura profética específica sobre "rios de água" fluindo daquele que crê, não faltam versículos paralelos a essa ideia: Isaías 12:3; 15; 32:2; 44:3 e 58:11; Zacarias 14:8. É interessante observar que Zacarias 14:16ss fala da futura Festa dos Tabernáculos, quando Cristo for Rei.
A água para beber é um dos símbolos do Espírito Santo na Bíblia (a água para lavar é um dos símbolos da Palavra de Deus; ver Jo 15:3 e Ef 5:26). Assim como a água sacia
a sede e produz fecundidade, também o Espírito de Deus sacia o ser interior e permite que dê frutos. Na festa, os judeus reconstituíam uma tradição que jamais poderia saciar o coração. Jesus ofereceu água viva e saciedade eterna!
Mas devemos notar como esta passagem termina. Alguns pensavam que Jesus era o Profeta que Moisés tinha prometido (Det. 18:15). Outros pensavam que era o Ungido de Deus; e a seguir se estabeleceu uma discussão a respeito de se o Ungido de Deus devia vir de Belém ou não. E aqui está o trágico. Uma experiência religiosa fundamental terminou na aridez de uma discussão teológica.
Isso é o que devemos evitar acima de todas as coisas.
Jesus Cristo não é alguém sobre quem discutir; é alguém a quem devemos conhecer, amar e desfrutar.
Se nós tivermos uma opinião sobre Ele e outra pessoa tem uma opinião diferente, não tem nenhuma importância enquanto ambos encontremos nele o Salvador e o aceitemos como Senhor. Mesmo que expliquemos nossa experiência religiosa de modos diferentes, isso não deve nos dividir, porque o que importa sempre é a experiência, e não a explicação que alguém faça dela.
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